Escrevendo sobre: AMOR, palavras, bobagens, dedicações, felicidade, música, moda, saúde, tristezas, presente, dia-a-dia, alimentação, novidades, coração, amizade, profissão, notícias, esoterismo, religião, baladas, viagens, alegria, emoção, carinho, animais de estimação, pais, família, FILHA, dedicação, futuro, desejo, sedução, ajuda, caridade, humildade, respeito... e muito mais!



08 novembro, 2006

PORQUE UMA DECEPÇÃO PODE CAUSAR MAIS DECEPÇÕES

A decepção, geralmente, tem o poder de causar novas decepções quando
culpamos o outro lado. O relacionamento envolve duas pessoas; uma e
outra se relacionam através da comunicação, da tolerância, do amor,
companheirismo, paixão, diálogo e muitas outras coisas. Sempre
projetamos no outro os nossos desejos e objetivos, mas nem sempre as
coisas fluem como imaginávamos e tudo vai por água abaixo. Temos,
então, decepções. O relacionamento é terminado e culpamos o outro
por nos fazer infeliz e mais, por não ter sido fiel às nossas
expectativas; neste momento a decepção se instala.
Culpar o outro e depois a si mesma é algo que acontece naturalmente
e, para as coisas piorarem, a mágoa e a tristeza nos invadem; nesse
momento nos embotamos e aí vem a solidão, queremos nos separar do
mundo.
Mas, como novas decepções surgem? Geralmente para esquecer dos
acontecimentos e preencher o vazio que ficou, colocamos um band-aid
na ferida; não a limpamos nem ao menos colocamos um merthiolate,
simplesmente queremos uma proteção; e é neste momento que as coisas
se complicam, vamos atrás de um novo relacionamento, em geral, igual
ou pior que o anterior. Você vai me perguntar, mas por quê?
Porque não trabalhamos as nossas emoções, estamos travados,
bloqueados e queremos alguém não por amor, mas por preencher o vazio
que a dor promoveu. Não tivemos tempo de trabalhar as nossas
dificuldades, os hábitos negativos que geraram o rompimento. Como
disse no começo do artigo, relacionamento envolve duas pessoas; 50%
de cada um está imerso na relação; eu erro, mas o outro erra; o
hábito negativo de ambos proporcionou o desacordo e ele simplesmente
não sumiu depois que tudo terminou; você o carrega com você; pode
ser ciúmes, dominação, insegurança, falta de diálogo, objetivos
diferentes, coisas desse gênero que vão recorrer, ou seja, tornarão
a acontecer, criando mais e mais decepções.
Na prática é o que mais tenho observado: pessoas que saem de um
relacionamento e em poucos meses já estão com outra pessoa,
cometendo os mesmos erros, diante dos mesmos problemas e se
entregando a novas desilusões. Cheguei a chamar a atenção para
alguns de meus pacientes sobre esse mecanismo e eles me disseram que
se relacionar faz com que se esqueçam da dor, da tristeza do último
relacionamento. Mas, na verdade, eles estão lá sentados comigo pelos
mesmos motivos da relação anterior; é um replay de fatos, os mesmos
problemas, dúvidas e desilusões.
Então, uma dica primordial é que após um ferimento não se esqueça
dele, pois se você se esquecer ele vai infeccionar e a situação vai
piorar. A primeira coisa a fazer é chorar; você vai pensar em reter
o choro, mas ele é natural; a dor faz isso com a gente, é quase que
instintivo. Não se prenda! Quando você era criança o que fazia
quando levava um tombo? Apenas chorava.
A segunda coisa é lavar o ferimento, ou seja, liberar as emoções,
conversar com pessoas maduras sobre o que aconteceu; não é
lamentar-se; é trocar idéias e emoções saudáveis, novos planos e
caminhos.
A terceira coisa é passar aquele merthiolate; a coisa mais difícil
de todas; muitas vezes até arde; é tentar entender o que ocorreu,
não procurar erros no outro ou em você, mas encarar de frente as
coisas que não funcionaram bem, os desgastes, as causas e origens.
Depois, a próxima coisa a fazer é tapar a ferida com uma gaze, ou um
band-aid. É a proteção, ou seja, muita calma e paciência pois o
tempo e os anticorpos dentro de você, que são os seus pensamentos
positivos, vão curá-lo. Para tudo isso é necessário dar um tempo e
ir aos poucos trabalhando coisas que você deixou de fazer, coisas
que eram importantes e você renunciou.
É claro que você vai pensar muito sobre tudo; isso é normal e até
saudável se não for constante; mas com o tempo você vai se curando;
ouvir um CD de mentalização ajuda e muito; acalma seu espírito e lhe
dá forças para vencer. Porém, não se esqueça de trocar sempre o seu
curativo; se a ferida for grande é necessário um antibiótico, ou
seja, fazer uma terapia que vai ajuda-lo de uma forma
extraordinária.
Depois de um tempo, aí sim, você está fortalecida e preparada para
seguir adiante, preparada para ter novos relacionamentos, sem cair
em armadilhas. Agora a sua sintonia está melhor, a auto-estima mais
elevada e você pode realmente desfrutar daquilo que quer.
Essas dicas de primeiros socorros são fundamentais nesses casos de
feridas e dores. Esperamos que esse artigo possa ser um analgésico
para a sua dor; afinal, todos nós caímos uma vez ou outra. O
importante é saber se curar.
Dr. Paulo Valzacchi

Beijos no coração de todos!!!

Nenhum comentário: